De Arthur Ferreira Jr.'.
Para a voz e a visão de Charlene
Respirava fundo e se sentia exposta.
Entre as duas placas de vidro, transparentes como uma alma que se acha sincera.
Toda uma carga de opostos se dissolvia naquele corredor estreito, onde ela despia suas máscaras e cantava Matanza, bem alto, quase destruindo a fragilidade dos vidro que a separavam das salas onde trabalhava. Aquele lugar era como o afunilado de uma ampulheta: o tempo parava, e ela gritava.
Mesmo que fosse só na mente que se revoltava do seu próprio silêncio numa das salas, e das palavras vazias na outra.
Aquele lugar era um estado de espírito, era como sua cintura, unindo quadris que se acham livres e torso que se acha escondido demais naquele momento.
Mas não adiantava ficar por ali muito tempo, e ela se movia: o corredor era fugaz e o vidro era translúcido.
Um dia aquele prédio será todo como o corredor: e seu canto e grito e gargalhada dominará o ambiente; e seremos todos mais felizes.
IMAGENS E ILUSTRAÇÕES, AUTORES E FONTES
ResponderExcluir1
Skin Bra, de Dan Quirk
http://danquirk.blogspot.com/
2
Voo Doo e Teddy, de Caia Koopman
http://www.caiakoopman.com/
amei demaisssssssss
ResponderExcluirTambém amei... Adorei essa parte "Aquele lugar era um estado de espírito, era como sua cintura, unindo quadris que se acham livres e torso que se acha escondido demais naquele momento."
ResponderExcluirAcho que consegui expressar isso porque enxergo a mulher como um fluxo, o tempo escorrendo por ela. A cintura é um dos pontos mais belos do corpo da mulher, fina ou não.
ResponderExcluirAh, Mr Writer...
ResponderExcluirhttp://insanemission2.blogspot.com/2011/09/exposta.html
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