sexta-feira, 8 de abril de 2011

EPÍLOGO: Entre um Apocalipse e Outro

por Draven





“Traidor. Na realidade, eu é que fui traído”, pensou Vincent. Por anos pensou estar fazendo o certo, mas ele foi enganado. Sua vida foi uma mentira. Sua missão foi uma mentira.

    As ultimas palavras de Aury ecoaram em sua mente: “Você é apenas um fantoche para eles, apagaram tudo o que você conhecia a seu respeito.”


    Agora ele estava sozinho, longe de seu novo mestre, cumprindo sua nova missão. Parecia sempre haver uma missão, sempre haver uma tarefa, sempre uma razão para ele viver. Mas nesse momento, ele se questionava o quanto ele fora ele mesmo até o momento.

    Seus olhos se enfureceram. Ele continuava sendo um fantoche, e aparentemente continuaria pelo fim de sua curta vida.

    Mas ele agora estava mudado. Agora que lembrava seu próprio nome, sabia o que deveria fazer em segredo. Haviam armas em sua frente, haviam compostos químicos para o que ele quisesse, e haviam registros que estavam lhe ensinando mais do que poderia aprender sozinho em uma vida.

    Ele havia sido escolhido, não apenas uma, mas duas vezes. Já estava cansado de ser um peão. Já estava cansado de grandes poderes que ele não entendia completamente. Já estava cansado de não escolher seu destino. Mas também estava decidido.

    Tocou com a mão o pequeno recipiente com um líquido de cor alienígena, que não poderia existir na natureza. Aquilo seria sua obra prima, sua arma suprema. E quando o tempo chegasse, os dois grandes poderes, “Aury” e “Dante” seriam destruídos.

    “A humanidade não precisa de vocês. A humanidade precisa se encontrar por ela mesma. Agora, finalmente, meus olhos podem ver a verdade: que às vezes, a mão do destino precisa ser forçada”.




pode talvez ser visto como um prólogo remoto para A SAGA DOS PRODÍGIOS

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Um pequeno comentário para esse epílogo:

    O Yin e Yang é formado por 3 elementos. As pessoas comumente esquecem do que separa ambos: o Vazio. Ele é ínfimo, quase insignificante, mas provém o total equilíbrio entre as duas forças.

    No entanto, o Vazio pode ser maior que se pensa, e em certos casos, o Vazio pode consumir as duas forças. É o que se chama de corrupção, de entropia.

    Tudo, mais cedo ou mais tarde, acaba consumido pelo Vazio.

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  3. Ao mesmo tempo o vazio é o tao e principio gerador de todas as coisas por isso o vazio não é corrupto.
    A consumação das coisas é parte do ciclo yin yang, pois assim como tudo tem um inicio tem também um fim no ciclo yin yang das coisas e esse vai e volta do ciclo de existir não existir é o tao
    Conceito como o de corrupção não é adequado ao pensamento oriental, que embora possa ser dualista, não é antagônico como o dualismo ocidental.

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  4. O conceito de corrupção ocidental não é aplicável, porque ele é relacionado apenas ao mal.

    A corrupção, quando aplicada ao pensamento oriental, ocorre nos extremos do yin e do yang, na ausência de equilíbrio que leva à entropia e ao retorno ao vazio.

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  5. O vazio porém está associado à corrupção o que é um equívoco. O que chama de corrupção no sentido oriental é na verdade o desequilíbrio, quer seja de yin ou de yang, ocorre tanto no excesso, quanto na falta de uma ou mesmo das duas partes.

    Depende de como se olha. E não necessariamente leva ao que chama de entropia e muito menos leva ao vazio. A mitologia oriental é vivenciada em ciclos e os ciclos acontecem quando tem de acontecer, mesmo que, por exemplo, um mundo como o nosso esteja permeado de desequilíbrio.

    O vazio e o cheio são partes do ciclo e por isso mesmo não são corruptos. Assim sendo, o excesso pode não significar corrupção.

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  6. http://sagadosprodigios.blogspot.com/2011/09/por-azathoth.html

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