Clark Ashton Smith
Traduzido por Arthur Ferreira Jr.'.
Sei de um jardim de flores -- flores amáveis e maravilhosas e multiformes como as orquídeas de mundos longínquos e exóticos -- como as flores de pétalas mil, cujas cores mudam como se por encanto na alteração dos sóis triplos; flores como os lírios-tigres do jardim de Satã; como os muito pálidos lírios do Paraíso, ou amarantes em cuja beleza perfeita e imortal os serafins tanto ponderam; flores ardorosas e esplêndidas como as flores rubras ou douradas do fogo; flores luminosas e frias como as flores de cristal da neve; flores onde não há nenhuma igual, em nenhum mundo de sol algum; que não possuem símbolo, no céus ou no inferno.
Infelizmente, no coração do jardim há uma tumba -- uma tumba tão revolta e coberta de vinhas e brotos, que a luz do sol não revela o macabro brilho de seu mármore a uma inspeção menos cuidadosa ou incúria. Porém, à noite, quando as flores estão imóveis, e seus perfumes são tão suaves como a respiração das crianças que dormem -- então, e só então, as serpentes que nascem da corrupção rastejam da tumba, e deixam trilhas do fedor e fosforecência de sua habitação, de um lado ao outro do jardim.
9 de junho de 1915.
Original em inglês em http://en.wikisource.org/wiki/The_Garden_and_the_Tomb
ILUSTRAÇÕES E IMAGENS, FONTES E AUTORES
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http://compulsoresdepartida.blogspot.com/2010/03/luz-que-encanta-os-olhos-luz-que.html
2
Da série fotográfica SERPENS, de Guido Mocafico
http://www.zupi.com.br/index.php/site_zupi/view/relogios_mandalas/
http://dominiopublicano.blogspot.com/2011/09/o-jardim-e-tumba.html
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