sábado, 23 de outubro de 2010
desabafo
sobre os abortos sincrônicos da sensibilidade plástica,
de Domenico
Às vezes sinto como se estivesse dentro da curva entre o que mergulha
E o que não consegue emergir
e os instintos naufragassem ao menor grito de alarma
tempestades chorando por não serem derramadas
relâmpagos inutilmente esperando por serem consumidos
Às vezes sinto como se estivesse fora do ninho
e os sorrisos fugissem ao menor sinal meu
ventos correndo em direção oposta ao tempo
entrepostos vigiando cada passo que dou
Às vezes sinto como se estivesse vertendo espinhos
e a malícia, tantas vezes experimentada,
escorregasse em pânico ante os mais tolos desejos reprimidos
Às vezes sinto como se estivesse resistindo demais
e a massa crítica, pronta para explodir,
submergisse num sub-reino de idéias que não foram realizadas
Atormenta mais, Ereshkigal, necrófaga insaciável de sensações descartadas!
Dilacera mais, Inanna, voraz incitadora dos prazeres humanos e desumanos!
Porque eis, não mais me importo
E contra as irmãs, praga ou maldição não lançarei,
Posto contra deusas inutilidade seria,
Mas contudo fiquem amordaçadas no esquecimento,
Enquanto ejaculo o mais sagrado desprezo na face de vós duas.
ps. como eram uma merda esses poemas da década passada!!!
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